É muito comum recebermos perguntas do tipo: O sistema de automação de uma fábrica “faz o BPF?”

A resposta é SIM e NÃO.

Um sistema de automação bem desenhado e contratado “faz” sim o BPF.

“Faz” também o programa de Manutenção Preventiva e o Programa de Limpeza, que por definição estão dentro do BPF, partes integrantes da norma IN04 do MAPA.

Mas atenção: Sistema de automação não é aquilo que apenas faz a dosagem automática das batidas.

O que um bom sistema automatizado NÃO “faz” é dispensar um mínimo de esforço humano aplicado no gerenciamento da operação da fábrica. Com isso quero dizer CONTROLES.

Por incrível que pareça, as vezes os usuários pretendem que o sistema automatizado faça tudo sozinho, sem que haja o lançamento de dados e sua posterior análise – e apenas lembrando: o que não é medido não pode ser controlado!

Por outro lado, quando o sistema de automação é mal desenhado e contratado o que seguidamente observamos é a criação de dezenas de planilhas “paralelas” e controles cujo objetivo é tentar prover rastreabilidade, organizar e evidenciar limpeza e manutenção de equipamentos, registrar “não conformidades”, etc.

O volume de papel e a burocracia resultante é algo que beira o absurdo, o que acaba levando às seguintes situações:

A. BPF feito para “inglês ver”, ou melhor, o MAPA ver.

B. Permanente stress do Controle de Qualidade e de Equipe do BPF (quando existe), tentando colocar tudo
em ordem para a próxima auditoria.

C. Cronogramas de adequação ao BPF “empurrados com a barriga” pela direção da operação.

Algumas das situações acima são familiares a você? Não está conseguindo tempo para por a papelada e as muitas planilhas em dia? A rastreabilidade dos produtos que saem da sua fábrica não resiste a uma análise crítica de 5 minutos? Você está trabalhando como um louco, mas tem a sensação de que está “empurrando barbante”?

Se você respondeu SIM para algumas dessas perguntas está na hora de você rever como as coisas estão sendo feitas na sua fábrica.

Existem algumas ferramentas básicas que PODEM e DEVEM ser fornecidas pelo seu sistema de automação e que poderiam facilitar muito a sua vida, reduzindo a burocracia ao mínimo indispensável.

Antes de falar dessas ferramentas, vamos enumerar algumas condições prévias para que elas funcionem:

1. CADA NF DE ENTRADA DE MATÉRIA PRIMA CORRESPONDE A UM NUMERO DE LOTE.  Você pode colocar varias NFs em um único lote, mas exceto com a permissão do CQ, você só pode abrir para USO um lote da mesma matéria prima de cada vez.

2. FAÇA “CORTES” NO INVENTÁRIO. No mínimo um corte por ingrediente, por mês. Aquilo que você está formulando deve sair unicamente do lote que está em USO. Quando o lote acaba é feita a comparação entre o que entrou no lote e o que foi formulado no lote. Se o lote em uso não acabou até o final do mês, faça o corte por contagem de unidades ou medição de silos ou tanques no final do mês.

3. INVENTÁRIO FÍSICO DE MACRO INGREDIENTES NO FINAL DO MÊS É OBRIGATÓRIA. Micro ingredientes e Premixes devem ser inventariados fisicamente uma vez por dia.

4. FÓRMULAS EM USO DEVEM SER LANÇADAS NO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO PELO CQ, E NÃO PELO OPERADOR. Cada conjunto de formulas (RUN) deve ter uma letra e a data que entrou em uso. Fórmulas fora de uso devem ser eliminadas do sistema.

Obs: Daria para escrever um livro apenas sobre a quantidade de erros de operação causados pela não observância dessa norma.

5. O DOCUMENTO “ORDEM DE PRODUÇÃO” É DE USO OBRIGATÓRIO – e pode e deve ser emitido pelo sistema de automação.

As várias Ordens de Produção do dia compõem o Programa de Produção – não confundir uma coisa com outra.

O Programa de Produção é uma simples lista do que e quanto deve ser produzido no dia seguinte.

A Ordem de Produção (numerada sequencialmente) tem muitas outras informações: ex: o RUN de fórmulas que está sendo usado, o controle de sequência dos batchs, o número do conjunto de micro ingredientes que foi adicionado ao batch, o evidenciamento das limpezas de sistema, manutenções efetuadas, tempos perdidos programados e não programados, informações de eventuais não conformidades, variação entre o formulado e o despachado/ensacado, etc. etc. – assinaturas dos operadores, chefes de turno, supervisor, e a “benção” final na forma da assinatura do CONTROLE DE QUALIDADE.

Certamente você já notou que uma ORDEM DE PRODUÇÃO devidamente preenchida e assinada por todos os envolvidos (evidenciamento!) substitui várias planilhas de controle que talvez você esteja fazendo, correto??

Segue abaixo um exemplo de ORDEM DE PRODUÇÃO que pode e deve ser emitida pelo sistema de automação (ou manualmente). Pode ser adaptada para operações que possuem peletizadoras, extrusoras, sistemas multipartículas, etc.

Poderíamos abordar ainda um pouco mais o tema “BPF” – e como simplifica-lo – mas vamos deixar para o próximo artigo.

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